sábado, 25 de outubro de 2008

Manifesto

Por meio desta a Chapa Tal, concorrente à diretoria do CAF, repudia o adiamento das eleições do CEUPES, feita às pressas, numa assembléia cuja pauta definida não era esta. Repudiamos por entender que o adiamento é uma medida claramente antidemocrática que visa o benefício de alguns grupos. Acreditamos que um processo legítimo de gestão deve começar pela própria eleição de uma chapa; se não há escolha democrática, a chapa, ou a anti-chapa, não é legítima. É que nos sentimos no dever de nos manifestarmos, uma vez    que divi-dimos o prédio com os alunos das sociais e, deste modo entendemos que, de certa forma, nossas eleições e centros acadêmicos (tenha em vista a união do espaço dos estudantes) estão relacionados de forma inextrincável. 

6 comentários:

  1. Membros da Chapa tal,

    Os senhores comprometem-se em respeitar alunos e professores que desejem ter aulas? Pois, no ano de 2007, além de paralisarem as aulas, os alunos grevistas, acreditando que a assembléia de filosofia lhes davam o direito, interromperam um senhor ( o professor, que lá trabalhava) e alunos. Uma atitude autoritária e usurpadora de direitos( ilegítima). Nada a ver com um curso de Filosofia. Em outras palavras, os senhores, por meio de assembléias, executarão qualquer decisão, mesmo que esta agrida os direitos de qualquer cidadão( estudante, professor e etc.)? Eis uma parte da discussão em sala de aula: http://br.youtube.com/watch?v=Qj9ic4Gnwps

    Com os meus melhores cumprimentos,

    Aluno anônimo.

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  2. Caro Aluno Anônimo,
    Nós nos comprometemos sim a respeitar não apenas professores e alunos, mas todos membros da comunidade do Departamento de Filosofia. Entendemos que o respeito é cine qua non para qualquer diálogo democrático.
    As assembléias deliberarão e tomarão decisões sim. Porém, qualquer decisão que envolva todos os alunos deverá ser tomada “calmamente”. Isto é, decisões grandes jamais serão tomadas de uma única vez. Chamaremos e divulgaremos muitas assembléias antes de qualquer decisão que convoque uma paralisação, por exemplo. Acreditamos que uma greve de estudantes é a última de uma série de recursos, antecedida por conversas, debates, assembléias, etc. Não sabemos como foi a greve do ano passado, pois ainda não éramos estudantes do departamento. Todavia, também gostaríamos de deixar claro que poderemos apoiar uma paralização, desde que seja convocada de forma legítima. E o que é uma forma legítima? Ainda não sabemos, provavelmente algo que tenha sido votado com maioria absoluta dos votos (mais de 60% dos alunos) em três assembléias seguidas. Isso significa que jamais um grupo de menos de 350 alunos poderá convocar uma greve. Entendemos que numa verdadeira democracia, todos apoiam uma decisão tomada deliberativamente pela grande maioria – e, se tratando dum curso de filosofia, devemos acreditar na possibilidade duma “democracia ideal”, não?
    Informe-nos se deixamos a questão suficientemente clara e questione sempre que quiser e puder.

    Até logo,
    Chapa Tal.

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  3. Membros da Chapa Tal,

    Obrigado pela atenção. No meu entender, decisão legítima é aquela que respeita meus direitos como cidadão, ou seja, assim como o Estado garante( pelo menos é dever) que ninguém(nem mesmo ele) pode desrespeitá-los, eu espero que os membros da Chapa Tal não apoiem atos, por exemplo, que impossibilitem um professor de trabalhar. O caf não tem competência(legitimidade) para deliberar que os alunos estudem com vestimentas vermelhas, assim como não pode impedir alguém de trabalhar e outras irregularidades. É ilegal e criminoso.

    A decisão da maioria não é sempre a mais sábia, meus amigos da sabedoria, Platão, nosso mestre, apresentou isso com muito louvor. Democracia ideal e boa não pode ser confundida com respeito à vontade da maioria, pois cairemos em contradições como a época nazista em que a maioria apoiava um Estado totalitário e autoritário, nós não queremos isso. Democracia ideal e boa é aquela em que se firma direitos fundamentais e humanos, e a decisão da maioria é amarrada nesses direitos.

    Para concluir, desejo os meus melhores votos para os senhores.

    Mais uma vez obrigado,

    Aluno anônimo.

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  4. Caro Sr. Anônimo,
    Primeiramente, obrigado por seus comentários. Acreditamos que para o processo eleitoral do CAF ser legítimo precisa de discussão, e o Sr. a está suscitando aqui.
    Acreditamos que o CAF tem legitimidade (se for legitimamente eleito e cumprir seu mandato legitimamente também) para tomar muitas decisões (até paralisar as aulas, embora, como dissemos, a paralisação deveria ser a última instância de um processo, fomentado de diálogo com a chefia e os professores, assim como outros organismos, como SINTUSP e ADUSP), desde que não fira os direitos civis dos outros estudantes/professores. Jamais alguém contra a greve poderia ser ofendido, tanto moral como fisicamente, mas um determinado grupo poderia, sim, ocupar um prédio. Novamente, entretanto, reiteramos que estas medidas só podem ser apoiadas se decididas pela maioria dos alunos em assembléias democráticas e bem estruturadas.
    Talvez a decisão da maioria nem sempre seja a mais sábia, e democracia não pode ser lida como vontade da maioria, pois exige também o direito à manifestação das minorias. A vontade da maioria, entretanto, é critério de decisão em nossa democracia. Nós acreditamos nesse poder, mas deixando claro que sempre os direitos dos cidadãos devem ser respeitados.
    Tomemos um exemplo, entretanto, do que chamamos de "reconhecer a legitimidade da decisão da maioria": nos Estados Unidos (suas eleições não são exemplo de democracia, mas suas prévias o são) houveram as prévias do partido democrata. Dentro dele, haviam duas linhas principais: os que apoiavam Hilary e os que apoiavam Obama. Houve muito debate e briga, mas uma vez sendo Obama legitimamente eleito candidato, todos do partido o apóiam. Da mesma forma, achamos que o CAF deve propiciar o debate, mas uma vez tomada uma decisão, todos estudantes devem respeitá-la por reconhecer a legitimidade em que foi tomada (esse “espírito republicano” parece-nos faltar ao movimento estudantil hoje). É claro que se a decisão não for tomada legitimamente, os dissidentes do movimento estão, indubitavelmente, com a razão. Enfim, é por isso que gostaríamos de nos eleger, para criar uma estrutura dentro do CAF que vise a democracia e, portanto, tenha suas decisões – sejam quais forem – por legítimas entre estudantes. Gostaríamos fazer com que o CA voltasse a ser a instituição respeitada na sociedade como já foi um dia. Idealista? Certamente. Mas, somos estudantes de filosofia, não é mesmo?

    Um grande abraço,
    Sempre à disposição,
    Chapa Tal.

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  5. "Ainda não sabemos, provavelmente algo que tenha sido votado com maioria absoluta dos votos (mais de 60% dos alunos) em três assembléias seguidas. Isso significa que jamais um grupo de menos de 350 alunos poderá convocar uma greve".

    Essa questão não é da competência da chapa (ou da gestão) decidir. É o Estatuto do Centro Acadêmico que disciplina os critérios de convocação e deliberação em Assembléia.

    Antônio David

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  6. Oi, Antônio David.

    Talvez tenhamos nos expressado mal. Nosso objetivo é, como dizia na resposta, pensar o que é uma convocação/decisão legítima, e não fazê-lo apressadamente. Sempre respeitaremos o estatuto, não apenas por sermos obrigados, mas por reconhecermos sua legitimidade e história. Enfim, nos propomos a pensar o que é uma forma legítima e levar a discussão para todos estudantes de forma democrática.

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A chapa tal agradece o seu Comentário. Gostaríamos de pedir, porém, que eles sejam feitos de forma construtiva e sejam assinados (afinal, a liberdade de expressão defendida em nossa constituição proíbe o anonimato). Obrigado!